sexta-feira, 20 de maio de 2011

Civitas
"É certo que há algumas criaturas vivas, como as abelhas e as formigas, que vivem sociavelmente umas com as outras (...). Assim, talvez haja alguém interessado em sabre por que a humanidade não pode fazer o mesmo. Ao que tenho a responder o seguinte. Primeiro, que os homens estão constantementes envolvidos numa competição pela honra e pela dignidade (...), e é devido a isso que surgem entre os homens a inveja e o ódio(...). Segundo que entre essas criaturas não há diferença entre bem comum e o bem individual e, dado que por natureza tendem para o bem individual, acabam por promover o bem comum. Mas o homem só encontra felicidade na comparação com os outros homens, e só pode tirar prazer do que é eminente. (...). Quinto, as criaturas irracionais são incapazes de distinguir entre injúria e dano, e consequentemente basta que estejam satisfeitas para nunca se ofenderem com seu semelhante. Ao passo que o homem é tanto mais implicativo quanto mais satisfeito  se sente (...). Por último, o acordo vigente entre essas criaturas é natural, ao passo que os dos homens surge apenas através de um pacto, isto é, artificialmente. Por tanto não é de admirar que seja necessária alguma coisa mais, além de um pacto, para tornar constante e duradouro seu acordo: ou seja um poder comum, que os mantenha em respeito, e que dirija suas ações no sentido do beneficio comum.(...)....de modo que é como se cada homem dissesse a cada homem: Cedo e transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou na esta assembléia de homens, como a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas ações. Feito isto, à multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado, em latim civitas." -  Hobbes, pg 109.

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